Educação Ambiental é tema no Seminário de professores municipais da Zona Oeste de São Paulo

O IV Seminário de Educadores da Lapa reuniu múltiplas experiências em temas como “As culturas populares no cotidiano da escola” ou “As relações etnicorraciais na escola”, e o Instituto 5 Elementos – Educação para a Sustentabilidade” teve papel importante na mesa “Educação para a Sustentabilidade e Consumo Sustentável”, conduzida pela coordenadora institucional da ONG, Mônica Pilz Borba. O encontro aconteceu no último dia 21 de setembro no CEU Jaguaré, com a participação de educadores de mais de 50 escolas públicas municipais da região da Lapa e Pirituba, em São Paulo.

Sob o tema “Escola, lugar de cultura, diferentes leituras”, o seminário reforçou o significado dos assuntos transversais na escola, trazendo experiências bem sucedidas de preservação ambiental, transformação de resíduos sólidos ou de contato com os animais. A relação de cuidado e respeito entre os seres vivos foi resgatada com a dinâmica proposta por Mônica, em que os professores buscaram compartilhar memórias de contato direto com a natureza, refletindo sobre a transmissão desse conhecimento aos alunos.

Fortalecer pequenos gestos que levam a um mundo melhor surgiu como caminho para a implantação de um curioso projeto na EMEF Professor Josué de Castro. A escola trouxe a experiência de transformação das “bolinhas de papel” que alunos costumam jogar na sala de aula, em matéria-prima para a reciclagem. Os professores mostraram que folhas usadas e amassadas viram papel novo, economizando até 120 árvores desde o início do projeto, em 2011, trabalhando o tema em disciplinas como Artes, Matemática, Geografia e Ciências. “E além de reciclar, é importante entender de onde vêm os recursos naturais, questionando o consumo excessivo e o descarte descontrolado”, reforçou Mônica.

Na EMEI Dona Leopoldina, o projeto Dedo Verde na escola promovido pelo Instituto 5 Elementos fomentou o projeto “Bichos de Jardim”, que foi apresentado como um exemplo de mudança de comportamento das crianças a partir da observação do espaço escolar. Inicialmente, técnicos da Secretaria Municipal do Verde foram chamados para solucionar o problema dos formigueiros e cupinzeiros na escola, mas logo as professoras viram o quanto esses animais eram geradores de interesse nas crianças, além de regenerarem o solo. “Pesquisaram as espécies de formiga, a estrutura dos formigueiros e o quanto são úteis para o solo. Além da criação de jogos de percurso, desenhos, modelagem e brincadeiras, o tema fortaleceu o interesse por bichos, como borboletas, joaninhas, centopeias. O carinho pelos animais desabrochou, levando-os a uma observação atenta do ambiente e até a se autodenominarem “protetores da natureza”. Hoje, toda a escola está envolvida com a preservação”, contou a professora Mariza, do Infantil I. Concluindo, ao cuidar e aprender sobre o universo das formigas as crianças tornaram suas relações mais afetivas e amorosas e isso aconteceu entre os adultos da escola também!