Agricultores desvendam sistema orgânico em sítio modelo

Aprender a mudar do convencional para o orgânico, plantar de tudo um pouco, enriquecer e dar diversidade à fazenda. São alguns dos sonhos dos produtores que participam do projeto “Educação Ambiental para incentivar a Agricultura Orgânica nas APAs Bororé-Colônia e Capivari-Monos”, realizado pelo Instituto 5 Elementos – Educação para a Sustentabilidade e pela  Secretaria do Verde e do Meio Ambiente da Prefeitura do Município  de São Paulo, por meio do  Fundo Especial de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável . O desejo de mudança desses agricultores foi reforçado com a visita ao Sítio Catavento em Indaiatuba, interior de São Paulo, no último dia 24 de julho. A intenção da visita foi estimular o interesse e permitir a troca de experiências rumo ao sistema orgânico.

O espaço foi apresentado pelo proprietário do sítio, o agricultor Fernando Ataliba, que há 30 anos vem transformando o local num modelo de produção de alimentos baseado no equilíbrio natural. “O agricultor está sempre aprendendo, consciente de que as plantas saudáveis e produtivas dependem de uma nutrição equilibrada e adaptada a cada ambiente, cada propriedade possui uma vocação específica”, destacou Ataliba.

Os 28 participantes do projeto buscam aprofundar o conhecimento sobre a agricultura orgânica e dar sustentabilidade a sua propriedade, ao mesmo tempo em que contribuem com a preservação de uma região de grande importância hídrica na metrópole. No Sítio Catavento, viram como os 36 hectares de um antigo pasto passaram a produzir até 200 toneladas de alimentos orgânicos por ano, com o cultivo de mais de 30 itens certificados. “Faço experiências sem saber se estão no caminho certo, e aqui vemos na prática que é possível mudar”, expressou o agricultor Antônio Sodré.

Em contato com o pomar e o sistema agroflorestal do sítio, os agricultores viram que árvores de grande porte e leguminosas fazem uma aliança produtiva, que espécies pioneiras podem ser cortadas após certo tempo, ou que plantas ‘inteligentes’ como o margaridão distribuem o fósforo no solo. “Na agrofloresta o objetivo não é imitar a floresta nativa, mas sim produzir alimentos no sistema florestal. Basta trabalhar respeitando a sabedoria da natureza, e não tentando dominá-la para atender às demandas do mercado”, ensinou o proprietário.

Como um cientista dos orgânicos, Ataliba descobriu experimentando, quais espécies servem à adubação verde, quais fazem a função de quebra-vento ou a relevância dos insetos polinizadores para uma boa colheita. Conhecimentos como estes foram transmitidos em diferentes etapas, incluindo a visita aos plantios de hortaliças, como o tomate e a cenoura. Campeões de agrotóxicos no modelo convencional, os dois são cultivados ali com o cuidado de um artesão. “A cenoura no sistema orgânico produz até 10 quilos por metro quadrado, o dobro das monoculturas tradicionais. A diferença é que exige mais horas de trabalho humano, na contramão do uso de máquinas e de herbicidas que eliminam as ameaças naturais, mas em poucos anos tornam o sistema insustentável”, finalizou.

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